A sensacional árvore que sangra quando cortada

Na natureza encontramos uma diversidade de formas de vida. Algumas bastante peculiares e um tanto quanto curiosas. Um exemplo é a árvore conhecida como Sangue-de-Dragão ou Dragoeiro (Dracaena draco L.), que como o nome indica, é conhecida por “sangrar’’.

A Dracaena draco tem o seu nome peculiar deve-se à coloração da sua seiva que após o contato com o ar torna-se vermelho vivo, lembrando sangue e que era comercializado como sangue-de-dragão. É uma árvore de porte médio, podendo atingir de 10 à 20 metros de altura, com folhas pontiagudas que são agrupadas nas extremidades dos ramos. Seu caule é liso com coloração cinza-esbranquiçado.

Ela é nativa do arquipélago da Madeira, Canárias e Cabo Verde, estando já extinta em algumas regiões. No Brasil, pode ser encontrado na Amazônia, e em outros países da América do Sul como Colômbia, Peru e Equador. Essa espécie prefere viver em locais rochosos ou pedregosos.

Sua seiva é comercializada a alguns séculos. Nos séc. XV e XVI, ela era extraída através de cortes no tronco e transformada em pó para ser utilizada em tinturaria, medicina tradicional, verniz e antioxidante para diversos materiais. O sangue-de-dragão foi bastante explorada em vários locais. Relata-se que os primeiros colonos do Porto Santo, em Madeira, utilizaram os troncos para a fabricação de barcos, levando a espécie à extinção. O Ilhéu de Cima, em Porto Santo, foi nomeada de Ilha dos Dragoeiros, entretanto, hoje é conhecida como Ilha do Farol, pois em 1900, foi instalado um farol no local.

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A Dracaena draco tem o seu nome peculiar deve-se à coloração da sua seiva que após o contato com o ar torna-se vermelho vivo, lembrando sangue e que era comercializado como sangue-de-dragão. Foto: muldersworld

A seiva atualmente vem sendo estudada por pesquisadores. Já demonstrou ser um composto bastante poderoso que além de servir como antioxidante também é adstringente, anti-inflamatório, germicida, bactericida e apresenta propriedades para o rejuvenescimento da pele. E as pesquisas continuam…

Mesmo com sua importância para a ciência, a Sangue-de-Dragão precisa de muita atenção, por estar em extinção no local a qual é nativa. Os ambientalistas utilizam sua imagem ‘’sangrando’’ para conscientizar sobre o desmatamento acelerado. Apesar de obviamente,  não sangrarem, sabemos que a cada árvore cortada há uma perca, uma morte…

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A seiva atualmente vem sendo estudada por pesquisadores. Já demonstrou ser um composto bastante poderoso que além de servir como antioxidante também é adstringente, anti-inflamatório, germicida, bactericida e apresenta propriedades para o rejuvenescimento da pele. Foto: perivallon

Fonte: funchal, iict e jornalciencia

Este texto é de autoria da Bióloga Nayara Castro