“Por que as pessoas que fizeram tatuagens não podem doar sangue? Qual a relação entre doação de sangue e tatuagens?” (Matheus Brunelli)
A relação é com a agulha usada para fazer a tatuagem, Matheus. Mas a proibição não é para sempre: apenas durante o primeiro ano após ter sido feita a tatuagem. E não vale só para tatuagens, mas também para quem fez maquiagem definitiva e piercing. Para piercings em região oral ou genital a proibição é permanente enquanto for usado.
O problema é que todos esses procedimentos são realizados com agulhas e não tem como o banco de sangue saber se foram realizados de acordo com as regras de desinfecção e com agulhas estéreis, isto é, completamente livres de qualquer microrganismo. O correto é que sejam usadas agulhas esterilizadas e descartáveis, nunca usadas em mais de uma pessoa. Se não for feito assim, um cliente que tenha alguma doença transmissível pelo sangue irá contaminar a agulha e essa agulha contaminará o próximo cliente. Então como é impossível para o banco de sangue ter certeza de como foi feito o procedimento, é mais garantido fixar um tempo de inaptidão para doação a fim de excluir qualquer possível doença.
Existem microrganismos causadores de doenças que são transmissíveis pelo sangue: HIV, vírus das hepatites B e C, bactéria causadora da sífilis, os protozoários que causam doença de Chagas, malária e leishmaniose e o vírus causador do HTLV. Algumas dessas doenças são detectáveis pelos exames em 1 mês, às vezes até menos. Porém, algumas só aparecem depois de 3 meses do contágio e ainda existem pessoas que demoram mais tempo para produzir anticorpos contra o invasor, mostrando um exame falso negativo por mais de 3 meses. Mas se o parasita estiver ali, será transmitido para quem for receber aquele sangue doado.
O prazo de 12 meses após tatuagem, maquiagem definitiva ou piercing foi definido para garantir que o doador não foi exposto a nenhum desses parasitas e que o futuro receptor daquele sangue também não será exposto.
Fonte: anvisa
