Pessoas com ausência completa de digitais: Síndrome de Nagali

Caso um portador da Síndrome de Nagali  quisesse cometer um crime, um assassinato, por exemplo, isso tornaria a vida dos peritos criminais um pouco mais difícil. Eles seriam incapazes de usar o método universal de investigação, a comparação das impressões digitais deixadas na cena do crime com o fichário dos cidadãos. Seria uma problema e tanto.

As impressões digitais são saliências encontradas na pele das mãos e dos pés, que possuem formas e tamanhos diferentes e são intercaladas por sulcos (fendas). O início da formação dessa estrutura ocorre entre a 4° semana ao 5° mês de gestação. Ao contrário do que muitos pensam, as impressões digitais não servem apenas para deixar marcas nas superfícies tocadas. Uma das mais importantes funções dessas pequenas saliências da pele, as cristas papilares, é a ação antiderrapante, que trona mais fácil agarrar e segurar as coisas. Além disso, as digitais amplificam o sentido do tato e são extremamente sensíveis ao toque.

Os portadores de Síndrome de Nagali não possuem as cristas papilares. Sabe-se que a causa dessa desordem está atrelada ao mau funcionamento da proteína ‘cretin 14’.  O problema resulta em uma pele fina e lisa nos dedos, palma da mão e planta do pé. As pessoas com essa síndrome costumam ter unhas, dentes e cabelos mais frágeis e a pele pode apresentar manchas marrons irregulares pelo corpo.

Estima-se que aproximadamente 3 mil pessoas no mundo tem esse defeito genético raríssimo que impede a formação das digitais no feto. A probabilidade de um indivíduo nascer com essa alteração genética é de 1 : 3.000.000. Contudo, o motivo da falta de impressão digital não é somente congênita. Pode-se perder as digitais ao longo da vida, seja por acidentes, problemas biológicos associados ao clima e contato com produtos químicos, por exemplo.

Os portadores dessa síndrome e os indivíduos que perderam as impressões digitais ao longo do tempo, têm dificuldade em fazer atividades simples do dia-a-dia, como por exemplo, ler um livro, segurar objetos como copos, caminhar descalços em superfícies lisas por causa da perda da aderência nas mãos e planta do pé.

Como ocorre a identificação dessas pessoas? A resposta é simples: a alternativa mais viável para reconhecimento é a biometria, onde dispositivos eletrônicos identificam o formato do rosto e da íris – únicos em cada pessoa. E um fato curioso, no caso de indivíduos saudáveis que perdem as digitais com o passar do tempo, a identificação é feita pelos dedos maiores dos pés ou pela arcada dentária.

 Fonte: diariodebiologiawikipedia e infoescola
Este texto é de autoria do Biólogo Paulo Alex