É verdade que caxumba desce para os testículos?

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É verdade que caxumba desce para os testículos?

“Antigamente se falava que a caxumba desce para o “saco”. Isso pode acontecer? É verdade que a doença vai para os testículos?” (Ariano Santos)

Bom, a caxumba (Parotite epidêmica), que é também chamada de ‘papeira’, é causada pelo vírus Paramyxovirus, sendo altamente contagioso, e transmitido pelo contato direto com gotículas de saliva. O vírus possui um período de incubação de duas ou três semanas, e quando os sintomas começam a aparecer, o paciente sofre com febre, dores musculares, fraqueza e principalmente dores ao mastigar e engolir, pois o vírus se instala nas glândulas parótidas e por isso que a pessoa fica com aquele inchaço próximo ao pescoço.

As pessoas mais antigas, costumavam dizer então que era preciso deitar com as pernas levantadas para evitar que a papeira desça. Isso NÃO é verdade! O que acontece então é que a infecção pode sim atingir outros órgãos, independente do repouso ou não.        Quando a caxumba atinge os testículos, é chamada então de “orquite pós-caxumba”. A infecção é temporária, porém na maioria das vezes o testículo pode sim, ficar prejudicado, e mais dificilmente até prejudicar a fabricação dos espermatozoides.

É verdade que caxumba desce para os testículos?
O Paramyxovirus vírus se instala nas glândulas parótidas e por isso que a pessoa fica com aquele inchaço próximo ao pescoço. Foto: Reprodução/lookfordiagnosis

A caxumba não progride apenas para os testículos. Nas mulheres  o vírus pode atingir os ovários causando uma inflamação chamada “ooforite”.  Algum grau de inflamação nas meninges (meningite) também pode ocorrer. As pessoas com suspeita de caxumba devem procurar assistência médica e não existe tratamento específico, porém deve ser evitado medicamentos à base de ácido acetilsalicílico, pois pode ocorrer sangramento devido à redução de plaquetas por causa da ação do vírus. A melhor maneira então de se evitar a caxumba, é através da vacinação.

Texto de Raquel Costa – Bióloga
Fonte: Fundação Oswaldo Cruz