Vermes de peixes que são indicadores biológicos

Os Monogenoidea são vermes do filo dos platelmintos que costumam parasitar as partes externas de peixes, principalmente as brânquias (órgão responsável pela respiração), pele, e escamas, se alimentando de fragmentos celulares dos tecidos e do sangue dos hospedeiros. Para fixar nos peixes ele usam o “haptor”, um órgão de adesão que possui estruturas rígidas em formato de gancho ou pinça.

Estar parasitado com um verme desta classe pode nunca é bom para o peixe, mas pode até ser fatal causando desde simples feridas até morte por asfixia se alojados nas brânquias. Embora este grupo tenha sido subestimado e pouco estudado durante muito tempo, atualmente é sabido que os Monogenoidea têm causado sérios danos à prática de piscicultura (atividade econômica importante no Brasil, responsável pela criação de peixes para produção de pescado destinado à comercialização), pois levam a altas taxas de mortalidade dos peixes cultivados.

Apesar de parecer sempre um vilão, os monogenóideos são importantes indicadores biológicos da qualidade das águas de rios, lagos, lagoas e etc., já que se reproduzem rapidamente em águas muito poluídas. Assim, quando a população deste verme é muito grande sabe-se que a água não está em boas condições.

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Monogenoidea da espécie Haliotrema cumanensis em fotografia feita em Microscópio Eletrônico de Varredura.

 Dermophthirius

Monogenoidea do gênero Dermophthirius spp.

Este texto foi uma colaboração da Bióloga Karina da Silva Silveira de Almeida, especialista em Capacitação Profissional em Serviço com ênfase em Morfologia, Taxonomia e Biologia de Monogenoidea pelo Instituto Oswaldo Cruz – IOC/FIOCRUZ.