Médico revela 5 reais perigos da automedicação. O problema é muito maior do que apenas a resistência a antibióticos

Segundo a Associação Brasileira da Indústria Farmacêutica (Abifarma), cerca de 20 mil pessoas morrem todo ano no país devido à intoxicação causada pelos remédios que são tomados por conta própria. Você mesmo, provavelmente, já tomou algum tipo de remédio sem prescrição médica. Seja para tratar um desconforto no estômago, uma gripe ou uma dor de cabeça, a automedicação surge como uma solução para o alívio imediato.

Muitas pessoas definitivamente não estão cientes de que mesmo as drogas bem-intencionadas possuem efeitos colaterais e podem fazer estragos no organismo se tomadas sem aconselhamento profissional. Além da resistência a antibiótico, existe mais 5 motivos para evitar a automedicação. O médico Dr. Lucas Fustinoni, explicou em seu canal os reais perigos de tomar remédio por conta própria.

1- Você pode estar mascarando doenças graves

O médico explica que se automedicar, principalmente de analgésicos, pode esconder doenças e retardar o diagnóstico preciso. A dor de cabeça persistente pode ser sintoma de uma pressão alta, por exemplo. Aneurisma, meningite e até mesmo tumores dão dores de cabeça e tais doenças pode agravar essas doenças. Uma febre, funciona como um sinal que o corpo envia e não deve somente ser ignorado com um antitérmico. “É muito comum que uma pessoa se automedique por muito tempo e com isso deixando um tumor cancerígeno crescer”, concluiu o médico.

2- Você pode errar gravemente na dosagem

Todos os medicamentos, até mesmo os fitoterápicos, homeopáticos e naturais podem causar efeitos colaterais graves e se são utilizados em dosagens erradas a situação pode ficar pior. Isso é muito comum quando as pessoas querem um alívio imediato para dores e febre e acabam tomando duas doses de um determinado medicamento. O médico deixa claro que a superdosagem de medicamentos pode causar efeitos colaterais graves, como problemas gástricos, doenças renais, hipertensão, taquicardia e danos no fígado. Dependendo do princípio ativo do medicamento, ela pode levar à morte. “A mesma medicação, pode diferentes aplicações na medicina de acordo com a concentração. Já ouviram aquela frase? ‘A diferença entre o remédio e o veneno é a concentração’? Ela é uma grande verdade”, conclui o médico.

3- Combinar medicamento, pode ser fatal

A maioria das pessoas não lê a bula dos medicamentos, mas se você fizer isso, verá que existe um trecho chamado “interação medicamentosa”. Isso quer dizer que os efeitos dos remédios podem ser potencializados ou diminuídos, causando efeitos colaterais ou até mesmo anulando a ação de um medicamento. Alguns antibióticos, por exemplo, podem comprometer o efeito da pílula anticoncepcional. Então, uma pessoa que já uso de um medicamento, é preciso sempre ler as interações medicamentosas antes. Mas, o principal mesmo é comunicar ao médico todo e qualquer medicamento controlado ou ingerido por conta própria.

4- As pessoas reagem de formas diferentes

É bastante comum que uma pessoa recebe uma prescrição médica para uma doença e, depois, outra, com a mesma doença evite procurar um médico e faz uso do mesmo medicamento da receita do parente, ou amigo. Isso é erradíssimo. Quando um médico receita um remédio a um paciente, ele considera diversos fatores subjetivos, como sintomas apresentados, características físicas, alergias e hábitos de vida. O que pode fazer muito bem para uma pessoa, pode ser extremamente prejudicial para outra. Nesses casos, a intenção de ajudar pode acabar prejudicando a saúde das pessoas ao seu redor.

5- Você pode desenvolver uma alergia cruzada, perigosa

Esse é um problema grave da automedicação que representa uma ameaça real para a vida humana. Alergia cruzada é aquela em que o indivíduo apresenta reação alérgica a uma substância de um determinado medicamento, mas o que ela não sabe é que toda medicação deste grupo, com nome e princípio ativo diferentes, pode desencadear reação alérgica. “O seu médico saberá qual medicamento poderá desencadear uma alergia cruzada, somente ele prescreverá o medicamento de forma correta de acordo com a alergia que você desenvolveu”, explica Dr. Fustinoni.

naturederme / DrLucasFustinoni