MEC distribui livro para público infantil com história imprópria. Depois da polêmica, o órgão do governo ordena o recolhimento imediato nas escolas

“Enquanto o sono não vem” foi distribuído pelo Ministério da Educação, para o programa de alfabetização como literatura complementar do “Projeto Idade Certa”. Na introdução diz que é para uso das turmas de 1 ao 3 ano do ensino fundamental, ou seja, crianças de 6 a 8 anos.

O livro é uma coletânea de contos de José Mauro Brant, publicado pela Editora Rocco, , entre eles está a triste história da princesa Eredegalda. O trecho que deixou os professores preocupados foi o seguinte: “Eram três filhas do rei, todas eram belas, a mais bela de todas, Eredegalda se chamava. Um dia seu pai disse: ‘Se casares comigo serás minha esposa e tua mãe nossa criada’.” Ao se recusar, a princesa é trancada na torre pelo rei, sendo alimentada com carne salgada e sem água, quando o resgate chegou, era tarde demais, a princesa já havia morrido.

O livro e colorido, bem ilustrado e muito atrativo para as crianças. Ele foi enviado para as escolas públicas do Espírito Santo, em uma caixa distribuída pelo MEC. A reclamação partiu, a princípio de uma professora, e o problema foi enviado para a Secretária de Educação, que se mostrou chocada com a história.

José Mauro Brant, autor do livro “Enquanto o sono não vem” (Foto: Reprodução/ Facebook)

Eu acredito que esse tipo de história não deve estar em um livro paradidático para crianças de 6 a 8 anos. É um crime de abuso e isso não pode ser considerado normal”, disse a professora revoltada.

A orientação do MEC é que todos os livros fossem recolhidos imediatamente e um exemplar enviado a uma equipe pedagógica para avaliação. Segundo informações, o MEC já reconheceu que a história não é adequada para crianças. Segundo a professora, os livros não chegaram nas mãos das crianças, e, felizmente, os professores tiveram acesso antes.

G1