O aquecimento global é uma farsa? Há quem discuta o assunto. Mas, certamente, não são os cientistas.

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Antropogênico, como o próprio termo sugere, é o adjetivo dado a todo, fator, fenômeno ou o que quer que seja que tenha SUA ORIGEM na ação do ser humano. Apesar de parecer um “palavrão” desconhecido para muita gente, o termo é figurinha carimbada nas discussões científicas, e especial motivo de discórdia quando o assunto é o aquecimento global.

Ninguém – repetindo: NINGUÉM – que tenha o mínimo de informação discute se o aquecimento global está ou não, de fato, ocorrendo. Ano após ano, os registros climáticos têm nos fornecido dados evidentes deste processo gradual. O “xis” da questão é POR QUE o planeta está aquecendo. E enquanto para alguns parece muito óbvia a influência da espécie humana sobre este processo, para outros não passa de mais uma grande e lenta mudança climática natural, como tantas outras que já ocorreram no planeta.

Toda esta discussão acaba gerando na cabeça das pessoas o seguinte questionamento: quem está certo? Estão os cientistas mentindo para o público? Há, verdadeiramente, um CONSENSO na comunidade científica sobre a nossa parcela, ou melhor, nossa INTEIRA responsabilidade sobre o aquecimento global? Ou tudo isso não passa de psicose ambientalista (segundo alguns, até mesmo por razões políticas)?

Para responder a esta pergunta, nove pesquisadores de diversos departamentos científicos espalhados por quatro países – Austrália, Estados Unidos, Reino Unido e Canadá – empreenderam uma extensa revisão de literatura em mais de 11.000 – eu disse ONZE MIL – artigos científicos abordando mudanças climáticas. O resultado desta pesquisa foi publicado num artigo na revista IOPScience e, o que fica constatado é que, em última análise, sob qualquer perspectiva, é INSIGNIFICANTE a taxa de cientistas que negam o aquecimento global como sendo um fenômeno antropogênico. Mais especificamente, menos de 1%.

Além disso, dentre todos os artigos que assumem QUALQUER posicionamento sobre a origem antropogênica do fenômeno– seja este um “concordo”, “discordo” ou “não sei” – a taxa dos que ADMITEM O CONSENSO CIENTÍFICO SOBRE ESTA IDEIA, nas duas etapas da pesquisa, variou de 97,1% para 97,2%. Isso não apenas mostra que este posicionamento representa a visão da esmagadora maioria. Evidencia também que, assim como a temperatura do planeta, esta maioria está gradativamente aumentando.

Artigo: john Cook et al