Depois de 48 anos, cientistas divulgam o segundo caso confirmado de chimpanzé com Síndrome de Down

Os humanos possuem 23 pares de cromossomos, totalizando 46. A síndrome de Down ocorre quando a pessoa tem uma terceira cópia do cromossomo 21 (também conhecida como trissomia 21). Já os macacos têm 24 pares de cromossomos, somando 48. Um estudo publicado na Science Direct, diz que a área no cromossomo 21 em seres humanos que é responsável pela trissomia é encontrada de forma análoga no cromossomo 22 em chimpanzés, gorilas ou orangotangos. Trissomia 22 é diagnosticada tais primatas apresentam uma terceira cópia do cromossomo 22.

O primeiro caso confirmado de um chimpanzé com trissomia 22 foi documentado em 1969. Agora, um exame de específico confirmou que um chimpanzé fêmea de 24 anos que vive em um santuário de vida selvagem no Japão também possui a trissomia do cromossomo 22 e portanto, ela tem uma síndrome similar à síndrome de Down humana.

Kanako sofreu um crescimento retardado desde cedo, tem doença cardíaca congênita e tem dentes subdesenvolvidos. Ela desenvolveu cataratas antes da idade completar um ano e tornou-se cega aos sete. O problema cardíaco de Kanako só foi detectada em 2014 durante um exame físico de rotina.  Estes resultados levaram pesquisadores a realizar mais análises cromossômicas, o que confirmou que ela tinha trissomia 22.

Os especialistas ainda não sabem se é comum trissomia 22 entre chimpanzés. Em 2016, na Tanzânia, veterinários destacaram o caso de um bebê chimpanzé suspeito de ter “síndrome de Down”, mas os testes cromossômicos não foram realizados. “É difícil estimar a probabilidade de um evento raro usando uma pequena população, mas dado que cerca de 500 chimpanzés nasceram em cativeiro no Japão, a probabilidade desta trissomia autossômica em chimpanzés pode ser comparável à da trissomia 21 em humanos, que ocorre em até 1 em 600 nascimentos“, especula Hirata, pesquisador do Kumamoto Sanctuary.

Fonte: sciencedaily / springer
Imagens: lopezdoriga