Lucy é considerado um dos fósseis mais antigos (3,2 milhões de anos) de um ancestral humano descoberto em 1974 na Etiópia. Na época foram encontrados 200 ossos e foi possível reconstituir cerca de 40% do esqueleto. Estudo revelaram que Lucy, nome recebido pelo seu descobridor, era uma idosa, de cerca de 1,50m, cabeça saliente, braços longos e pernas curtas.
Mais de quatro décadas depois, especialistas apontam, finalmente, o real motivo de sua morte. Em um artigo publicado na revista Nature, paleontólogos mostram resultados de uma reconstituição do que poderia ter acontecido com Lucy. Com ajuda de 9 especialistas ortopédicos e raio-X de alta resolução. Eles produziram mais de 35 mil dados a partir dos ossos de Lucy.
Afinal, morreu de que?
Eles acreditam que ela teria subido em uma imensa árvore e elencam duas possibilidades de queda: ou ela estaria dormindo, e caiu acidentalmente; ou acabou perdendo o equilíbrio ao escalar para fugir de predadores.
Do alto da árvore para o chão, a altura era de aproximadamente 13,7 metros. A velocidade da queda de Lucy foi de 59 km/h, causando um impacto tão grave a ponto de danificar os órgãos internos. Como mostra na ilustração, ela teve fraturas nas pernas, braços e no crânio. Na conclusão do artigo, os pesquisadores revelam: “no conjunto, estas lesões são a hipótese que podem ter levado à morte”.
Importância da descoberta
Lucy, era um hominídeo da espécie Australopithecus afarensis , ancestral do Homo sapiens, e entender sua causa mortis permite à ciência desvendar os hábitos dos indivíduos e que a espécie passava por uma adaptação.
Com o corpo parecido com o de um chimpanzé, ela provavelmente se locomovia pelas árvores. Entretanto, a espécie também caminhava bastante pelo solo, e por conta dessa adaptação, estava perdendo a agilidade ao escalar e pular de árvore em árvore. Isso pode ter dificultado sua estabilidade durante o arborismo.