Pais submetem filha a tratamento que inibe o crescimento para que ela seja “criança” para sempre

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Charley Hooper nasceu em 2005 quando, durante o parto, teve uma parada respiratória danificando gravemente seu cérebro. A menina nunca enxergou, não pode falar e nem andar. Hoje, ela tem um grau de desenvolvimento cerebral equivalente a de um bebê de poucos meses. Seus pais jamais a abandonaram e decidiram que ela seria uma integrante da família e participaria de todas as atividades possíveis. Eles decidiram tomar uma decisão inovadora!

Quando ela tinha 2 anos, descobriram um tratamento hormonal que inibe o crescimento, e será capaz de mantê-la como uma criança para sempre. Na época, o tratamento foi duramente criticado sob o argumento que os pais estavam sendo egoístas ao quererem facilitar suas vidas, mas não necessariamente a vida da menina, que teve o procedimento imposto sem possibilidade de consentimento.

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Os pais, que vivem com a menina na Nova Zelândia, tiveram que buscar o tratamento em outro país, por total oposição governo neozelandês. Aos 4 anos de idade a menina foi com os pais para a Coreia do Sul, onde encontraram um médico que acreditou na proposta dos pais e aceitou o tratamento hormonal. O tratamento funciona com a aplicação, na pele, de emplastros com o hormônio estrogênio que são trocados uma vez por semana.

Os pais disseram que já foi possível notar a diferença em poucos dias. Logo após o início do tratamento os ataques epiléticos diminuíram e os membros da menina, antes sempre rígidos, ficaram mais flexíveis. Uma vez que, uma das possíveis razões para optar pelo tratamento seria o fato de o estrogênio alterar a atividade neurológica relaxando os músculos. Quando o corpo começa a produzir os hormônios sexuais, há uma aceleração do crescimento. Uma vez que os níveis se estabilizam, o crescimento estanca. Então, é possível alcançar um crescimento desejado por meio da manipulação hormonal.

Mesmo com os sintomas da deficiência terem melhorado, segundo os pais, muita gente ainda é contra este tipo de tratamento. Amanda Mortesen que trabalha na Scope, conhecida ONG britânica voltada para pessoas com deficiência, tem uma filha de 15 anos com a mesma deficiência e diz sem medir palavras:  “É minha opinião pessoal e não julgo ninguém. Mas quando ouvi sobre isso, fiquei aterrorizada. A menina é um indivíduo, tem direitos como pessoa. Mudar o rumo de seu crescimento é algo que eu nunca consideraria.”

Mas, a mãe da menina Charley se defende: “Não fiz isso porque era mais fácil, obviamente. Sei que é algo que não me faz ganhar amigos, mas não é para isso que estou aqui. De todo mundo que me diz que eu ‘deveria fazer isso ou não fazer’, ninguém vem aqui domingo à noite me ajudar a cuidar dela. Ela tem 25 quilos e terá esse peso pelo resto da vida. Tenho zero culpa, nenhum arrependimento mesmo, no que diz respeito ao tratamento. Impedir seu crescimento foi um ato de amor”.

Você acha que os pais de Charley estão certos em inibir o crescimento da filha?

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Fonte: BBC Imagens: Reprodução/ BBC