Pressão arterial elevada pode proteger idosos com mais de 80 anos do Alzheimer, diz estudo

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A pressão arterial é a pressão que o sangue exerce na parede das artérias. Quando o coração se contrai, temos uma pressão máxima que se chama sistólica e quando ele se dilata, temos uma pressão mínima que se chama diastólica. O valor normal de uma pessoa saudável é de 120/80 mmHg (milímetros de mercúrio). A hipertensão ou pressão alta acontece quando a força que esse sangue exerce começa aumentar e as artérias mostram resistência para sua passagem.

Sabemos também que uma pressão alta pode causar sérios danos à saúde humana, como problemas no coração e artérias, danos cerebrais, rins e muitas outras doenças cardiovasculares, além de demência. Porém, os resultados de um novo estudo da Universidade da Califórnia foram incríveis em dizer o contrário para os pacientes acima de 80 anos de idade. Os pesquisadores descobriram que as pessoas que desenvolveram pressão alta entre 80 a 89 anos de idade são menos propensas a desenvolver o Alzheimer nos próximos três anos do que pessoas da mesma idade com pressão arterial normal.

A pressão arterial é fundamental para o controle de doenças e saber o quanto o nosso coração está trabalhando para bombear o sangue para todo o nosso corpo. Se a pressão aumenta, o coração trabalha mais forte e isso pode aumentar o risco de ataque cardíaco, além disso, os vasos sanguíneos são danificados ao longo do tempo e acaba prejudicando a oxigenação do cérebro. Com os vasos danificados, aumenta o risco de Alzheimer. Vários outros estudos em longo prazo já mostraram que a pressão alta pode aumentar o risco de desenvolver a doença de Alzheimer em pessoas entre 40 e 50 anos com pressão alta na velhice. No entanto, os cientistas da Universidade da Califórnia mostram que uma pressão arterial elevada numa certa idade na verdade protege as pessoas de desenvolverem a doença.

A explicação para essa afirmação é que 30% das pessoas com mais de 70 anos de idade sofrem com a hipotensão postural (diminuição da pressão arterial), ou seja, uma queda rápida de sangue que chega ao cérebro e isso causa uma sensação de vertigem, tonturas ou fraqueza. Essa hipotensão postural aumenta os riscos de desenvolver o Alzheimer, por isso, a hipertensão adquirida mais tarde como na velhice pode compensar essa diminuição da pressão arterial que está relacionada com idade, além disso, ajuda a manter o fluxo sanguíneo adequado, facilita a remoção de resíduos e protege as células do cérebro. Contudo, os cientistas ainda acreditam que a melhor maneira de assegurar a saúde dos vasos sanguíneos e do coração será manter a pressão arterial não muito alta e nem muito baixa garantindo assim uma vida saudável e proporcionando uma velhice com mais qualidade de vida.

Fontes: iflscience / sbh / theconversation
Artigos: Maria Corrada et. al / Iadecola C et. al
Imagens: Reprodução/boituvasp / historiascomvalor