Por que as pessoas nascem com intolerância a lactose?

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ntolerância a lactose, por que estou com esse problema?

“Por que nascem tantas pessoas com intolerância a lactose?” (Marcelo Carvalho)

Olá Marcelo! Na verdade essa condição de intolerância a lactose é uma programação genética criada desde a nossa formação. Por isso, todos os mamíferos humanos são predestinados a tornarem-se intolerantes quando se tornam adultos. Porém, algumas pessoas podem já nascer com intolerância, por isso vamos entender o que é essa intolerância e como ela funciona em nosso organismo.

A lactose é um dissacarídeo hidrolisado pela enzima intestinal lactase. Ou seja, é um tipo de açúcar encontrado no leite e derivados que só pode ser digerido ou quebrado por uma enzima específica chamada de lactase. Essa enzima é a responsável pela sua transformação em glucose e galactose. A intolerância à lactose significa dizer que temos alguma deficiência de lactase. Isso quer dizer que não conseguimos fazer sua digestão. Desta forma os sintomas de intolerância a lactose começam a surgir, como diarreias, dor de barriga, gases, inchaços, assaduras no ânus.

Na verdade, nem todo mundo nasce com intolerância a  lactose. Assim, existem três tipos dessa intolerância e cada uma acontece de uma forma.

Essa intolerância é resultado da falta da enzima lactase. Essa, é produzida no intestino delgado, que tem a finalidade de decompor o açúcar do leite em carboidratos, para a sua melhor absorção.

Os 3 tipos de intolerância a lactose

Intolerância primária é resultado do envelhecimento. Ou seja, é aquela programação genética realizada desde a nossa formação. Isso quer dizer que quando somos bebê e nossa base da alimentação é apenas o leite, produzimos bastante dessa enzima. Afinal, teremos que digerir muita lactose diariamente. Contudo, quando crescemos e incluímos outras variedades de alimentos essa necessidade de produção da lactase vai diminuindo. É o mesmo que acontece com nossa capacidade de digerir esse açúcar, algo normal com o envelhecimento.

Intolerância secundária é o resultado de alguma doença ou ferimento. Quando o intestino deixa de produzir a enzima lactase devido alguma doença, cirurgia ou alguma interferência intestinal. Doenças como a doença celíaca, gastroenterite, síndrome do intestino irritável e a doença de Crohn podem causar essa intolerância no ser humano, porém assim que tratado a intolerância é resolvida.

Intolerância congênita é quando a pessoa já nasce com o problema. Essa condição é muito rara se comparado a intolerância primária que afeta cerca de três quartos da população mundial. Na condição congênita, o bebê nasce com uma deficiência total de lactase no organismo. Assim, essa manifestação é uma herança autossômica recessiva. Quer dizer, tanto o pai quanto a mãe precisam transmitir esse mesmo gene levando o filho a ter esta condição. Além disso, é passado de geração em geração.

É por isso que é normal tantas pessoas apresentarem intolerância na fase adulta, pois somos geneticamente programados para isso, mas não significa dizer que devemos abolir o leite e derivados de nossa alimentação, pois é um alimento rico em muitos outros nutrientes necessários para o nosso desenvolvimento. Porém, para aqueles que são muito intolerantes podem substituir com o leite sem a lactose, além de diminuir as quantidades de alimentos fabricados com o leite e seus derivados.

Portanto, apesar de sermos mamíferos e necessitamos do leite para se desenvolver quando bebê não significa dizer que passaremos a vida inteira com a necessidade deste mesmo alimento, até porque outros alimentos podem ser adicionados em nossa alimentação que suprem essa necessidade, por isso procurar um nutricionista é sempre recomendado, pois cada indivíduo é único e apresenta uma dieta com quantidades e nutrientes diversos e distintos.

Artigos:  Paz Arruda & Teo / MATTAR, Rejane & MAZO, Daniel / Andreazi & Barbosa