Estudo afirma que o zika mata células de cérebros em desenvolvimento

A epidemia de zika tem sido amplamente apontada como o motivo do aumento dos casos de microcefalia, mas esse elo ainda não foi cientificamente confirmado aos olhos da Organização Mundial da Saúde.

Uma nova descoberta anunciada na publicação científica Cell Stem Cell, reforça a ideia de que o vírus da zika esteja realmente ocasionando as más-formações nos cérebros de bebês. Em testes de laboratório, o Zika foi capaz de aniquilar ou impedir o crescimento de células progenitoras neurais, que edificam o cérebro e o sistema nervoso.

Apesar das evidências, os cientistas americanos, alertam, porém, que elas ainda não representam uma relação determinante entre o Zika e a microcefalia.

O estudo

Formado por pesquisadores das universidades Johns Hopkins (Maryland), do Estado da Flórida e Emory (Geórgia), a equipe americana, infectou um grupo das células com o Zika por duas horas e avaliou essas amostras três dias depois.

O vírus apresentou um efeito similar ao que acontece com um cérebro em desenvolvimento, conseguindo infectar até 90% das progenitoras neurais em uma das amostras, levando à morte de cerca de um terço das células e a sérios danos nas demais.

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A professora Guo-li Ming, uma das cientistas responsáveis pelo estudo, afirmou que as descobertas são significantes e representam um primeiro passo para entender a relação entre zika e microcefalia. “As células progenitoras neurais são especialmente vulneráveis ao vírus Zika. Elas dão origem ao córtex – a principal parte do cérebro a apresentar volume reduzido na microcefalia” disse. A cientista ainda diz que é preciso investigar mais. “Deve-se testar se o Zika afeta a produção de neurônios e o tamanho do cérebro e descobrir como ele atravessa a placenta”, afirma.

Ainda não está claro o motivo de essas células serem tão vulneráveis. Elas aparentemente não criam uma defesa contra a infecção pelo Zika.

Fonte: nytimessciencemag/westhawaiitoday/ bbc   Imagens: Reprodução/ bbc/catraquinha