Elefantes podem ajudar na luta contra o câncer. Vejam como isso é possível!

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Há muitos anos, um estatístico da Universidade de Oxford, chamado Richard Peto chamou a atenção para um fato simples,  mas que até hoje intriga no campo da biologia: os humanos deveriam ter câncer muito mais frequentemente que os camundongos, mas não tem.

A ciência por trás disso é simples. A cada divisão celular há uma chance de desenvolvimento de uma mutação. Células que acumulam mutações tem potencial para se tornarem cancerígenas. Seguindo a lógica, quanto maior um animal, mais células ele tem. Quanto maior o seu tempo médio de vida, mais as células se dividem.  Os humanos passam por cerca de 10 mil vezes mais divisões celulares do que os camundongos, ou seja, deveríamos ter mais câncer. A contribuição de Peto, o que ficou conhecido como o paradoxo de Peto, diz que humanos e camundongos tem mais ou menos chances iguais de desenvolver câncer ao longo da vida.

A comunidade científica acredita que animais de grande porte e que vivem por muitos anos devem ter desenvolvido defesas extras contra o câncer. Caso isso não acontecesse, essas espécies já teriam sido extintas.

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Proteínas especiais

No caso dos elefantes, por exemplo, há o uso de proteínas especiais para matar as células danificadas, uma proteção extra contra a doença. Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos mostrou que, de 664 mortes de elefantes em zoológicos analisadas, apenas 5% tinham morrido de câncer. (Em contraste, 15,6% dos brasileiros morrem de câncer).

Experimentos utilizando radiação e substâncias químicas que danificam o DNA mostraram que as células responderam cometendo suicídio, o que é um jeito único e muito eficiente de bloquear o câncer. É como se organismo estivesse dizendo que tem muitas outras células saudáveis para utilizar.

Estudar proteínas envolvidas nesse processo pode ser promissor para imitar as estratégias utilizadas pelos elefantes em humanos. Muitas pesquisas ainda precisam ser realizadas para que haja, porém, o desenvolvimento de medicamentos e tratamentos futuros.

Fonte: folha    Imagens: elefanteverde/ultimosegundo