Por que a radiação tem um efeito tão devastador no corpo humano?

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“Sempre quis saber porque a radiação tem um efeito tão devastador no corpo humano. Queria saber como ela age no corpo.” (Julianna Larissa)

Julianna, a radiação nada mais é que uma forma de energia que se move com uma velocidade muito alta através do espaço ou pela matéria. Ela pode ter a forma de partículas como a alfa e a beta que são produzidas por átomos, componente essencial de toda matéria, que quando instáveis tende a emitir tais partículas ao se estabilizarem. Pode também estar na forma de ondas como ondas de calor, raio-x, raio gama, micro-ondas, ondas de rádios, ondas infravermelhas ou ultravioletas. Essa energia pode ocorrer de forma natural, vinda do espaço, do sol, alimentos e até dos nossos corpos, ou de forma artificial, que vem de equipamentos de raio-x ou de aceleradores de partículas.

Por essa característica de se mover pela matéria a radiação é capaz de penetrar nas células humanas, entretanto, como o professor do Departamento de Diagnóstico por Imagem da Universidade Federal Paulista (Unifesp) Giuseppe d´Ippólito explica, essa radiação prejudica mais as células que tem altas taxas de divisão celular como por exemplo as reprodutivas. Esse tipo de energia altera as condições físico- químicas das células podendo mata-las e também altera o DNA delas. Quimicamente falando, seria assim: as partículas radioativas têm alta energia cinética, ou seja, se movimentam rapidamente. Quando tais partículas atingem as células dentro do corpo, elas provocam a ionização celular. Células transformadas em íons podem remover elétrons, portanto, a ionização enfraquece as ligações. E o resultado? Células modificadas e, consequentemente, mutações genéticas.

Assim como a radiação pode ter efeitos maiores ou menores dependendo do tipo de célula, os efeitos também dependem do tempo de exposição do corpo humano, sendo que eles podem ser classificados como crônico ou agudo. Os efeitos crônicos se manifestam depois de anos de exposição à radiação. O melhor exemplo dos danos causados pela radiação crônica são os canceres de pele que ocorrem devido à anos de exposição constante aos raios solares, que emitem ondas ultravioletas e infravermelhos. Os raios ultravioletas que são capazes de alterar as células do DNA causado o câncer e os raios infravermelhos por alterarem características físico química ótimas da célula acelera o envelhecimento. Já os efeitos agudos são aqueles que ocorrem logo que existe a exposição de radiação, acontecem por exemplo quando há acidentes de usinas nucleares, podendo matar a células, alterar o sistema imunológico, causar queimaduras nas mucosas, mudança de DNA ou em casos extremos destruição de cromossomos.

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Essa forma de energia ao penetrar na matéria pode contaminar alimentos e água e afetar as pessoas que tem contato com eles e que mesmo não sendo exposta diretamente a radiação pode desenvolver câncer. Quando a radiação afeta também as células gaméticas podem deixar a pessoa infértil ou então fazer com que os descendentes também sofram com os efeitos. Esse risco é alto já que células gaméticas tem alta taxa de divisão e são bastante afetadas. O maior problema é que não há tratamento para corpos que sofreram com excesso de radiação, apenas prevenção. E como acidentes com radiação são relativamente novos na história da humanidade não há como mensurar todos os efeitos. O professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e oncologista Gilson Delgado afirma que “a radiação pode até sair do corpo, mas o efeito biológico não”

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Fontes: health/revistagalileu/revistaescola  Imagens: slideshare/ slideshare2/promodj