Experimentos assustadores do passado: Beber vômito, criar cachorros zumbis e controlar a obediência

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A ciência e a medicina evoluíram muito nos últimos anos e muito dessa evolução foi graças a experimentos um tanto estranhos. Alguns desses experimentos parecem desnecessários enquanto outros foram precursores de grandes técnicas cirúrgicas como o transplante de coração. Conheça a seguir alguns desses experimentos bizarros, compilados por Alex Boese no livro Elephants on Acid and Other Bizarre Experiments.

 

Médico que bebia vômito

O medico que bebia vômito - Skylab

No século XIX, o ainda estudante de medicina Stubbins Ffirth se engajou como ninguém para descobrir a causa da febre amarela. Ele acreditava que não era uma doença contagiosa, mas sim uma doença causada por excesso de calor, comida ou barulho. E para provar sua teoria, Ffirth começou se expor à doença de várias formas: pingando vômito de doentes em cortes no próprio braço, nos olhos, fritando o vômito e inalando o vapor até chegar ao extremo de beber copos cheios de vômito! Depois resolveu testar sangue, urina, saliva e suor de doentes. Como não adoeceu, considerou sua teoria provada.

Mas como sabemos hoje, ele estava errado, pois a febre amarela é transmitida através da picada do mosquito Haemagogus ou Aedes aegypti (o mesmo transmissor da dengue) infectado com o vírus causador da doença.

 

Cachorros Zumbis

Por muito tempo os cientistas se perguntaram se seria possível a cabeça viver sem o corpo. Então em 1920 o médico russo Sergei Brukhonenko provou que sim. Sergei havia criado uma máquina para fazer o trabalho do coração e pulmões e assim conseguiu manter viva a cabeça de um cachorro. O feito foi filmado e no vídeo vemos o médico gerando estímulos na cabeça e essa respondia.

Em 1954 outro cientista russo, Vladimir Demikhov, foi além e mostrou ao mundo sua criação bizarra: um cachorro de duas cabeças! O cientista enxertou a cabeça e patas dianteiras de um filhote em um pastor alemão. O experimento era assustador, mas apenas fruto da imensa vontade de descobrir uma técnica de transplante de pulmão e coração. O primeiro transplante de coração foi possível em 1967, realizado pelo cirurgião sul-africano Christian Barnard e Demikhov é reconhecido como seu precursor.

 

Teste de Obediência

stanley_milgram

Para provar que qualquer pessoa cometeria um assassinato se fosse pedido do jeito certo, Stanley Milgram comandou o Experimento da Obediência, na Universidade de Yale em 1963. O pesquisador reuniu voluntários dizendo que fariam um experimento para testar o efeito da punição no aprendizado. Um dos voluntários seria o aprendiz que teria de memorizar palavras (os outros voluntários não sabiam que o aprendiz era um ator cooperando com Milgram). Os outros voluntários (reais) acompanhariam o desempenho do aprendiz e a cada erro apertariam um botão que dava choque no aprendiz. A cada aperto, o choque aumentava em 15 volts.

O aprendiz errava propositalmente e logo os choques estavam em 150 volts. Ele gritava e chorava de dor (encenando, óbvio) e com isso os voluntários ficavam perdidos e perguntavam o que fazer. A resposta era sempre igual: o experimento requer que você continue. Assim o pesquisador comprovou que mesmo ouvindo e vendo o aprendiz desesperado, cerca de dois terços dos voluntários continuaram a apertar o botão até a potência máxima. E pior: quando os voluntários não viam nem ouviam o aprendiz, 100% deles iam até o máximo da potência do choque.

Quando o estudo foi publicado, alguns cientistas acreditavam que talvez os voluntários colaboraram por perceberem que se tratava de um ator e para comprovar, refizeram o teste, mas dessa vez usando um filhotinho de cachorro. Novamente a maioria foi até o final dos choques. Eram 26 voluntários, 20 foram até o fim.

Fonte: Elephants on Acid: And Other Bizarre Experiments, Alex Boese (2007)  Imagens: Springblogskylab