Dores no corpo, mal-estar, calafrios, tonturas, náuseas: voluntários concordam em ficar gripados para ganhar R$ 20 mil

Voluntários do centro de pesquisa hVIVO, no leste de Londres, parecem não se importarem muito sentir o mal-estar provocado por uma maldita gripe. Eles aceitam receber uma dose do vírus da gripe em troca de permanecerem isoladas em um quarto com direito a refeições gratuitas, acesso à internet e US$ 5,5 mil (R$ 20,6 mil).

O pesquisador de virologia do hVIVO, Cyrus Ghobado disse que o que a pesquisa procura é saber exatamente quando e como se dá uma infecção viral e quanto tempo leva para as pessoas se recuperarem dela. “ A intenção é determinar os efeitos do vírus no corpo humano e, para isso, estudamos diversas formas de gripes, das mais comuns às mais severas. ”, acrescenta.
Os voluntários recebem a dose do vírus da gripe em pequenas quantidades através do nariz e todos os voluntários permanecem deitados em suas camas, com a cabeça para fora. O objetivo é fazer com que suas vias nasais estejam completamente abertas. Comandado por uma sinal sonoro inicia-se a injeção da dose viral e a partir daí há uma contagem do tempo cronometrada. Poucos dias depois, em torno de 48 horas, os sintomas começam a aparecer.

O tempo que os voluntários ficam isolados depende da pesquisa, normalmente ficam duas semanas e meia confinados em um quarto com banheiro privativo. O contato humano se dá apenas com os funcionários do centro, que usam roupas especiais para evitar serem infectados.

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Os motivos que levam os voluntários a se submeterem como cobaias ao projeto obviamente é o dinheiro que varia de 3 a 5 mil dólares. Mark Harris, que participou de um estudo sobre como a gripe afeta as pessoas com asma, disse que participa do projeto porque sempre fica gripado uma vez por ano e por que não ficar gripado ganhando dinheiro? Outro voluntário diz ter colaborado com a pesquisa porque precisava de tempo livre, inclusive para adiantar trabalho. “Precisava me isolar do mundo, da minha esposa, da minha família e dos meus amigos, disse.

Os voluntários não demonstram nervosismo e defendem que alguém deve testar as drogas antes de serem liberadas ao público. Antes de participar de uma terapia experimental, o medicamento deve ser “estudado” e deve se provar suficientemente seguro para ser administrado a seres humanos.

Fonte: bemestar  Imagens: bemestar