Comer bacon sem culpa? Pesquisadores descobrem alga marinha que tem sabor de bacon!

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Quem não andou dando umas voltas por Marte nas últimas semanas deve ter acompanhado o furor nas mídias sociais e nas páginas de notícias em torno de um assunto que há muito já é polêmico: carnes processadas. O posicionamento oficial da OMS sobre a natureza cancerígena destes alimentos dividiu opiniões e foi motivo de debates fervorosos na rede. Comer ou não comer? Eis a questão. Para muitos, a notícia não muda muita coisa ou quase nada. Mas se você é daqueles que prefere não arriscar e já estava se despedindo (com pesar, é claro) de certos prazeres da vida, calma! Nem todos os sabores estão perdidos!

Qualquer vegetariano de plantão já está careca de saber que, para quem prefere evitar a carne mas não abre mão do sabor, opções não faltam no supermercado. Desde o leite de soja até os bifes e salsichas vegetais, estas variações mais saudáveis dos alimentos que já consumimos no dia-a-dia pretendem substituir os produtos de origem animal, sem os malefícios e sem prejuízo nutricional. E agora, mais um membro promete integrar esta família: uma alga que tem gosto de bacon!

A descoberta aconteceu quase que por acidente. Pesquisadores da Universidade do Oregon estavam, sim, desenvolvendo um alimento a base de uma variedade de algas dulse (Palmaria sp.), mas não para humanos, e sim para o abalone, um molusco cuja carne é muito apreciada no continente asiático. A ideia era acelerar o crescimento deles, mas, ao provar as tirinhas fritas, logo percebeu-se o sabor idêntico ao daquelas outras tirinhas que fazem a cabeça da clientela dos restaurantes fast-food.

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Quando se frita essa variedade, o gosto é de bacon, não de alga. E o gosto é bem marcante”, diz o chefe da pesquisa, Chris Langdon. Mas essa não é só a opinião dele não, viu? A semelhança no paladar foi sentida por toda a equipe e a aprovação foi unânime. E não há como negar. Quem adora comer sabe que isso se faz primeiro com os olhos, e mesmo nesse aspecto a dulse não deixa a desejar. Sua aparência é apetitosa: folhas que lembram a alface, mas numa cor vermelho vivo que esconde uma riqueza de nutrientes impressionante, inclusive no valor proteico, que quando frita, chega a 16% de seu peso.

A espécie cresce em abundância na costa dos oceanos Atlântico e Pacífico, e já está sendo estudada a sua chegada às prateleiras dos supermercados. E se você achou estranha a ideia de consumir uma alga como alimento, saiba que para os vegetarianos isso não é nenhuma novidade. A gelatina que eles consomem também é à base de alga, dessa vez, a ágar-ágar (assunto já abordado aqui no Diário de Biologia).  Mas essa é uma outra história. O importante mesmo é ver como a natureza sempre encontra um jeito de agradar a todos os gostos. E com a ajuda da ciência, todos, vegetarianos ou não, podem desfrutar do prazer que é degustar uma comida saborosa. E o melhor: sem culpa.

Fonte: super/oregonstate  Imagens: pratofundo/saudecuriosa/super