Cientistas descobrem como detectar depressão através do sangue

1242

Atualmente, o método de diagnóstico de depressão baseia-se nos sintomas não específicos como o mau humor, a fadiga e as alterações do apetite. Tais sintomas também podem ser encontrados em um grande número de transtornos mentais ou físicos. Contudo, um diagnóstico também depende da capacidade do paciente em relatar seus sintomas e a capacidade do médico em interpretá-los. Segundo o co-autor David Mohr, professor de medicina preventiva e diretor do Centro de Tecnologias de Intervenção Comportamental na Feinberg, o método diagnóstico da Medicina Psiquiátrica atual recorre exatamente aos mesmos métodos utilizados há 100 anos atrás. Em outras palavras, a técnica diagnóstica psiquiátrica centenária se configura em uma metodologia estritamente subjetiva e suscetível de erros.

Dentre os transtornos psiquiátricos, a depressão maior é a doença mais prevalente. Há décadas, diversas pesquisas vêm tentando encontrar um teste de sangue efetivo que evidencie laboratorialmente esse transtorno.  Nesta busca, os brilhantes pesquisadores da Universidade de Northwestern conseguiram desenvolver o primeiro exame de sangue para diagnosticar a depressão em adultos.

A partir dessa descoberta relevante no âmbito da Psiquiatria, pela primeira vez, os profissionais dessa especialidade terão um recurso laboratorial que poderá ser utilizado no diagnóstico e acompanhamento de forma mais individualizada. Além disso, o exame de sangue também poderá prever se um indivíduo portador de depressão está respondendo bem ou não ao tratamento, considerando que a terapêutica de drogas apresenta uma eficácia, mas não para todos.

O teste consiste na medição dos níveis de 9 marcadores de RNA do sangue. O RNA é uma molécula celular que interpreta o código genético do DNA e executa suas instruções.

exame_sangue

 

Fontes: PERITO, M. E. S.; FORTUNATO, J. J. Marcadores biológicos da depressão: uma revisão sobre a expressão de fatores neurotróficos. e REDEI, E. E. et al. Blood transcriptomic biomarkers in adult primary care patients with major depressive disorder undergoing cognitive behavioral therapy. Sites: sciencedaily/nature/northwestern  Imagens: mulhercomsaude/ndig. **Este texto é de autoria da Bióloga Ceila Cintra.**