Adolescente com síndrome do cadáver ambulante viveu 3 anos achando que estava morta e em estado de decomposição

Desde dos 14 anos de idade, a jovem Haley Smith achava que estava morta, que seu corpo estava em putrefação e tinha certeza que sentia seus órgãos de desfazendo. Apesar da pouca idade, a adolescente sofreu de uma síndrome raríssima chamada Síndrome de Jules Cotard.

Nesta síndrome, também conhecida como de “delírio de negação”, “delírio de negação de órgãos”, o paciente tem a certeza, sob delírio de estar morto ou de que seus órgãos estejam paralisados ou podres, ou ainda de que amigos, familiares e o mundo à sua volta não existem mais. É muito comum que  os doentes percebam o cheiro de sua carne em putrefação ou sintam que estão sendo devorados por vermes. Seus portadores creem verdadeiramente que estão mortos e seus corpos já não existem. Alguns realmente acabam morrendo mesmo por não se alimentarem, porque pensam que mortos não devem ingerir alimentos.

A síndrome foi descrita pela primeira vez em 1880 pelo psiquiatra francês Jules Cotard. O fato de acreditar já estar morto, ter apodrecido, ou estar apodrecendo, demonstra que o paciente está em um estado depressivo do pensamento, apresentando quadros melancólicos e variando de formas leves onde pacientes expressam sentimentos de desespero e a casos extremos quando o paciente realmente nega a existência do mundo.

Haley só recuperou a compreensão do que estava acontecendo com auxílio profissional e assistindo filmes da Disney. Aos 17 anos, quando conseguiu recobrar a consciência e controlar seus delírios, Haley pretende ajudar outros portadores da síndrome, não exclusivamente onde mora, no Alabama, estado americano, mas em qualquer parte do mundo.

Um dia estava na aula de inglês e eu tive a sensação muito estranha de que estava morta e eu não conseguia tirar isso da minha cabeça. Fui na enfermaria da escola e fiquei perplexa porque não encontraram nada de errado comigo”, disse Haley. “Quando voltei para casa, senti vontade de ir ao cemitério, só para ficar próximo de pessoas como eu, que também estavam mortos. Mas, como não vi ninguém nas covas, voltei para casa e tentei dormir”, completou.

No caso desta adolescente a certeza de estar morta durou mais de 2 anos até que ela tivesse coragem de procurar ajuda em um psiquiatra. Ao total, foram 3 anos de angústia! Hoje, finalmente livre da síndrome, ela diz: “Ser um cadáver foi a experiência mais estranha da minha vida, mas estou muito feliz porque eu consegui sair viva”.

 Fonte: jornalciencia/dailymail  Imagens: dailymail