Veja os perigos de reutilizar sua garrafinha de água

Só nos Estados Unidos, 17 milhões de barris de petróleo são usados todos os anos para produzir bilhões de garrafas, das quais menos de 30% são recicladas. Quando não se acumulam nos lixões, as garrafas plásticas prejudicam a vida marinha e os ecossistemas aquáticos, oferecendo riscos aos animais. Ou seja, as garrafas de plástico são um grande problema ambiental. Além de serem feitas de petróleo, uma fonte não renovável, solicitam energia para sua fabricação e distribuição, e completam o ciclo contaminando o meio ambiente devido ao fato de grande parte delas não ser reciclada.

Reutilizar a garrafinha de água que você bebeu pode parecer um hábito ambientalmente correto, no entanto, pode não ser uma boa ideia. A reutilização dessas garrafas de plástico não é recomendada, tanto é que até mesmo seus fabricantes aconselham seu descarte após o uso.

O problema maior em reutilizar as garrafinhas é sem dúvida a contaminação e proliferação bacteriana. Isso porque, essas garrafas são um ambiente úmido, fechado e com grande contato com a boca e com as mãos, ou seja, um local perfeito para as bactérias “fazerem a festa”! Um estudo realizado a partir de 75 amostras de água de  garrafas utilizadas por alunos do ensino básico durante meses, sem nunca serem lavadas, revelou que cerca de dois terços das amostras apresentavam níveis bacterianos acima dos padrões recomendados. A quantidade de coliformes fecais foram encontradas acima do limite aconselhado em dez amostras das 75 estudadas. Ou seja, as garrafas não lavadas funcionam como criadouro perfeito de bactérias!

 

Então é só lavar? Pior que não! Ainda existe outro problema com essas garrafinhas: o Bisfenol A (BPA) , um composto utilizado na produção de plásticos e resinas, que é encontrado principalmente nos plásticos que são fabricados com policarbonato. Uma pesquisa feita pela Universidade de Harvard, nos EUA, colocou um grupo de pessoas usando garrafas plásticas com esse material por uma semana e encontrou um aumento dos níveis de BPA na urina em cerca de 60%. Outro estudo da Universidade de Cincinnati mostrou que ao lavar as garrafas com água quente o BPA se desprendia mais facilmente do material plástico.

Segundo informações divulgadas no site da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo (SBEM-SP), “vale a pena ressaltar que alguns dos efeitos deletérios do bisfenol A, como por exemplo, os de alterar a ação dos hormônios da tireoide, a liberação de insulina pelo pâncreas, bem como os de propiciar a proliferação das células de gordura, foram observados com doses nanomolares, ou seja, doses extremamente pequenas, as quais seriam inferiores à suposta dose segura de ingestão diária.”

Fonte: ecycle/ecycle/planetasustentavel
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