Pílula do dia seguinte e vacina contra o HIV: novas medidas no combate da doença

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Novos métodos de prevenção e tratamento do HIV tem surgido, apesar de pouco divulgados. O SUS (Sistema Único de Saúde) recentemente disponibilizou uma “pilula do dia seguinte” para pessoas que tem algum tipo de situação que as exponha ao vírus. Apesar de ser um procedimento utilizado a algum tempo para grupos de risco específicos, como pessoas que sofreram acidentes de trabalho (médicos, enfermeiros, etc.) ou violência sexual, agora a medida se estenderá para qualquer pessoa que teve alguma relação sexual de risco. O intuito é diminuir a probabilidade de novas infecções, aumentando e facilitando o acesso aos medicamentos em Unidades Básicas de Saúde ou em unidades de emergência. A necessidade de agilizar o atendimento e a medicação se deve ao fato de que a chamada profilaxia pós-exposição só é efetiva caso realizada em até 72 horas após a situação de risco, pois aumenta-se as chances de conter a proliferação do vírus. No entanto, a profilaxia dura 28 dias e pode ter efeitos colaterais como dor de cabeça, diarreia, entre outros.

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Estuda-se também a possibilidade de utilizar medicamentos como “vacina”, ou seja, utilizar o remédio para prevenção antes que ocorra a relação sexual de risco. Um dos medicamentos possíveis para a profilaxia pré-exposição, conhecido como PrEP, protege 100% contra o vírus, se usado todos os dias. Este medicamento nada mais é do que a combinação de outros dois antirretrovirais, e recebe o nome de Truvada. O remédio ainda não está disponível no Brasil, e estuda-se sua implementação, sendo realizado um projeto chamado “PrEP Brasil”, que acompanhará cerca de 500 homens expostos a relações sexuais de risco para avaliar as implicações do tratamento. Só em São Paulo 200 pessoas já estão na fila para participar dos testes com o medicamento, que custa cerca de R$2.000,00 (uma caixa com 30 comprimidos).

Apesar das aparentes vantagens dos tratamentos o objetivo não é substituir as formas tradicionais de prevenção, sendo as melhores alternativas a camisinha e o diagnóstico precoce do HIV. Estes métodos preventivos são apenas mais uma, dentre as várias alternativas ao combate do HIV em grupos de alto risco. Além disso, há outra advertência importante: caso o tratamento não seja contínuo, aumenta-se o risco de contrair o vírus e, inclusive, torná-lo mais resistente. Já para pessoas que já são portadoras do HIV, o uso contínuo de medicações é indispensável, de forma a baixar a carga viral ao máximo, minimizando a possibilidade de transmissão do vírus. Estudos demonstram que as chances de transmissão de vírus por um soropositivo com carga viral zero são praticamente nulas.

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O Brasil tem investido fortemente em melhorias e acessibilidade ao tratamento e prevenção da doença. São distribuídos 22 medicamentos para soropositivos, sendo 12 produzidos no país. As mortes decorrentes de HIV diminuíram a uma taxa anual de 2,3% entre 2000 e 2013, enquanto a média mundial foi de 1,5% ao ano. No entanto, desde 1980 cerca de 757 mil casos de HIV foram registrados no Brasil, e mais que dobrou o número de pessoas que utilizaram o tratamento entre 2005 e 2013, passando de 165 mil para 400 mil pessoas, de acordo com o Ministério da Saúde, que investiu cerca de 80 milhões de reais na aquisição de 90 milhões de comprimidos, conhecido como “3 em 1”, composto por três medicamentos que antes eram tomados separadamente e, portanto, eram mais agressivos aos pacientes (em termos de efeitos colaterais). Estes, entre outros investimentos, têm sido realizados tanto na prevenção, quanto no tratamento do HIV, de forma a melhorar a qualidade de vida dos portadores. No entanto, os números também mostram que ainda é necessário um alto investimento em algo essencial: a conscientização!

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Fontes: odia/aids/correio24horas/hivplusmag/agenciabrasil/uol  Imagens: cjnet/aoquadrado/doutissima