Papais do reino animal que merecem nosso respeito!

O instinto paternal parece ser um privilégio apenas dos humanos, mas no reino animal alguns ‘bons papais’ chamam a atenção. Assim como os homens, alguns animais também cuidam de seus filhos dividindo, ou até tomando para si, a responsabilidade com os pequenos.

As espécie têm diferentes estratégias evolutivas que podem incluir o cuidado com a prole, segundo o que é mais vantajoso para cada uma. E quando existe este cuidado com os filhotes (cuidado parental), geralmente se dá através da mãe. Para algumas espécies, porém, o melhor é que os dois, pai e mãe, se revezem nestes cuidados; e para outras, a forma encontrada para garantir a evolução é que o pai tome conta sozinho da cria. Nestas casos é mais importante para a espécie que a fêmea esteja livre para reproduzir-se novamente.

  1. Sapo-dos-dedos-azuis

Um dos mais curiosos papais da natureza é um anfíbio, o sapo dos dedos azuis (Colostethus caeruleodactylus). Esta espécie de sapo tem um comportamento de cuidado parental tão complexo quanto o das aves ou dos mamíferos. Nesta espécie, a relação paternal envolve a presença direta do pai, que constantemente limpa o ninho, hidrata os ovos urinando sobre eles e defende o território contra predadores. Entre 25 a 40 dias depois do nascimento dos girinos, o macho ‘chama’ seus filhotes para carregá-los até a água. Um a um, os pequenos vão subindo às costas do papai que os leva de uma só vez para o local onde poderão se desenvolver. O número médio de girinos sendo carregados é de 24, mas pode chegar a até 48.

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  1. Saguis imperadores

Os machos de saguis podem ser considerados ótimos pais. Os sagüis machos fornecem geralmente tanto cuidado parental quanto as fêmeas, mais que elas em alguns casos, os especialistas chamam isso de cuidado biparental. Esta espécie formar uma microestrutura familiar, que se constitui no casal reprodutor e suas proles. As fêmeas de sagüi normalmente têm dois filhotes a cada gestação. O macho sempre carrega um dos pequenos, enquanto a fêmea carrega o outro. Os bebês só trocam de colo na hora de mamar. Os pais até agem como atentas “parteiras” durante o nascimento de seus filhotes, limpando a placenta e mordendo o cordão umbilical.

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  1. Lobo-guará

Apesar da sua reputação temível como predador, os lobos do sexo masculino são pais atentos, monogâmicos e ferozmente protetores que vivem com suas lobas por uma vida inteira. Uma matilha de lobos é essencialmente uma família clássica, que consiste de uma mãe, um pai e filhos. Depois que a fêmea dá à luz, ela fica perto de seus filhotes indefesos e não deixa sua toca durante várias semanas. Enquanto isso, o papai fica de guarda e caça alimentos para compartilhar com sua nova família. Os machos são os responsáveis pela alimentação da fêmea e de todos os filhotes. Enquanto a mãe fica com os filhotes, o macho sai do ninho para caçar e trazer comida.

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  1. Cavalo Marinho

Durante o desenvolvimento dos cavalos marinhos, é o pai que se encarrega de satisfazer as necessidades dos embriões. Dentro da bolsa são protegidos do choque osmótico em relação à água do mar, além de receberem a quantidade de cálcio necessária para a formação do esqueleto e ainda hormônios de crescimento e vitaminas.  Essa bolsa do macho é similar ao útero de uma fêmea de mamífero e contém um fluido que fornece nutrientes e oxigênio aos ovos. No decorrer da gestação, a composição do líquido vai se tornando cada vez mais parecida com a composição da água do mar e, assim, evita a possibilidade de um choque osmótico durante o nascimento da prole. O período de maturação dos ovos é de duas a quatro semanas.  Assim que estão completamente prontos para a vida fora da bolsa incubadora, os pequenos cavalos-marinhos são expelidos em pequenos grupos por uma abertura, num ritual que pode durar várias horas e até dias.

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  1. Barata-d’água

Em algumas espécies, as fêmeas depositam os ovos sobre as costas dos machos, junto com um líquido de grande poder adesivo. Os machos  exibem o cuidado paternal mais dedicado no mundo dos insetos, levando os ovos em suas asas até que eles estejam prontos para eclodir. Se algum predador se arriscar a mexer com esse animal nessa fase de cuidados com seus bebês, poderá se arrepender amargamente, pois ele tem uma das picadas mais dolorosas entre os insetos. Tudo para proteger a si mesmo e, principalmente, seus ovos. As más linguas dizem que a fêmea coloca os ovos no dorso do pai porque os machos costumam consumir os ovos e, em suas costas, o acesso torna-se praticamente impossível. Cala-te boca!

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  1. Peixe-boca de cabeça amarela

Peixe-boca de cabeça amarela, ou Opistognathus aurifrons,  tem uma incubadora na boca,  nessa espécie, o macho é que assume a responsabilidade de cuidar dos ovos até que eles choquem, e ele faz isso os colocando na boca. O macho fertiliza os ovos e, em seguida, recolhe-os na boca, protegendo-os até que choquem no ponto em que os filhotes podem nadar para se defenderem sozinhos. Durante este período, o macho não pode se alimentar, o que significa que está abaixo do peso no momento em que os ovos eclodem. Uma vez que os filhotes nascem, o peixe passa um período de tempo de alimentação e recuperação.

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  1. Jacanã-africana

A jacanã-africana (Actophilornis africana) é uma espécie de hábitos poliândricos. As fêmeas são muito territoriais e defendem a sua área de postura com agressividade. Dentro do seu território, acasala com diversos machos e realiza uma postura com cada um. O macho constrói um ninho flutuante com vegetação aquática e incuba sozinho 4 a 5 ovos ao longo de 24 a 26 dias. Durante a incubação, o macho raramente abandona a postura e protege os ovos da humidade do ninho dobrando as asas debaixo do corpo.

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  1. Pinguim Imperador

As fêmeas põem um único ovo em maio/junho, no final do outono, que abandonam imediatamente para passar o inverno no mar. O ovo é incubado pelo macho durante cerca de 65 dias, que correspondem ao inverno antártico. Para superar temperaturas de -40 °C e ventos de 200 km/h, os machos amontoam-se e passam a maior parte do tempo dormindo para poupar energia. Eles nunca abandonam o ovo, que congelaria, e sobrevivem à base da camada de gordura acumulada durante o verão. A fêmea substitui o macho apenas quando regressa no princípio da primavera. Se a cria choca antes do regresso da mãe, o macho do pinguim-imperador alimenta o filho com secreções de uma glândula especial existente no seu esôfago.

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Fonte: megacurioso/terra/hypescience/uol  Imagens: snipview/folha/buzzfeed/sodahead/hypescience/fiapodajaca