Estudo mostra que além de reduzir a dor física, o paracetamol (Tylenol) deixa as pessoas antipáticas

Hoje, o paracetamol é um dos analgésicos mais usados em todo mundo. Inclusive, é amplamente recomendado principalmente no tratamento de Dengue. No entanto, um novo estudo mostrou que este medicamento desencadeia efeitos colaterais psiquiátricos, incluindo respostas emocionais inertes tanto para os estímulos positivos e negativos. Com isso, o grupo de psicólogos sugeriu que o paracetamol – um analgésico que atua no sistema nervoso central e é muito usado para dores em geral – seja usado para aliviar a dor oriunda da rejeição e outros contratempos pessoais.

Um estudo publicado no periódico “Psychological Science“, relatou um experimento randomizado e controlado, 85 pessoas tomaram 1.100 miligramas de paracetamol ou um placebo. Uma hora depois, os pesquisadores apresentaram a eles 40 imagens em ordem aleatória. As imagens eram muito agradáveis (por exemplo, crianças rindo com gatinhos em um parque), neutras (um rolo de macarrão em cima de uma mesa) ou muito desagradáveis (um vaso sanitário cheio de excrementos). Os pesquisadores então fizeram ressonância magnética para medir a atividade cerebral dos participantes e constataram que o paracetamol reduziu as respostas neurológicas para rejeição social, atuando em regiões do cérebro relacionadas a angústia e a dor física.

Os resultados mostraram que os participantes que tomaram paracetamol estavam 20% menos propensos a classificar as imagens como sendo muito desagradáveis e 10% menos propensos a classificá-las como bastante agradáveis, em comparação com os que tomaram placebo. Os participantes sob efeito do Tylenol não perceberam que estavam reagindo de forma diferente. Ou seja, a maioria das pessoas provavelmente não estão cientes de como as emoções podem ser afetadas quando tomam o medicamento. Imagens neutras, como uma vaca no pasto, por exemplo, foram classificadas de forma semelhantes por todos os participantes.

O estudo concluiu que o paracetamol não só tem a capacidade de curar a dor física, mas também entorpece as respostas emocionais dos usuários. Ou seja, a pesquisa psicológica mostrou que este medicamento pode atenuar a intensidade com que os indivíduos experimentam tanto eventos ruins como bons que se originam de fontes físicas, sociais ou cognitivas. Esses resultados podem ter impacto também na psicologia. Especialistas pretendem descobrir se os fatores bioquímicos controlam a forma como o ser humano reage aos acontecimentos bons e ruins da vida da mesma forma como os participantes reagiram às imagens agradáveis e desagradáveis sob efeito do paracetamol.

 

Fonte: greenmedinfo/clicrbs/revistagalileu/uol