Beber álcool enquanto está tomando antibiótico reduz o tempo do medicamento no organismo e você não vai melhorar!

15231
Bebida alcoólica e antibiótico faz mal? Veja o que estudos científicos dizem

“Sempre tive desconfiança da afirmação de que não podemos beber álcool quando estamos tomando antibióticos.  Bebida alcoólica com antibiótico faz mal mesmo?” (Erasmo Mello)

Erasmo, quem nunca ouviu falar que tomar bebida alcoólica juntamente com antibiótico faz mal? Uns dizem que corta o efeito (na maioria das vezes), outros dizem que pode causar problemas de saúde. Independente do que se ouvi falar por ai, há um fundo de verdade nessa história. Ela não é totalmente um mito.

De acordo com um estudo publicado na Revista Científica BioMed Search, as interações de medicamentos e álcool, podem alterar o metabolismo ou a atividade da medicação e / ou metabolismo do álcool, resultando em consequências médicas potencialmente graves. Este mesmo estudo, cita um experimento com ratos onde foi descoberto que os animais tratados com um antibiótico para reduzir o número de bactérias no cólon mostraram uma taxa de eliminação de álcool reduzida em comparação com ratos não tratados.

Assim, todo medicamento permanece ativo na corrente sanguínea em níveis desejáveis, mas ao ser metabolizado, parte desse medicamento, cerca de 50%, é eliminado. A esse processo chamamos de meia vida, no qual consiste na capacidade do organismo de eliminar 50% da concentração de uma droga, em determinado período de tempo.

Para ficar mais claro, vamos a um exemplo: Uma droga com meia vida de 9 horas, por exemplo, deve ser tomada a cada 8 horas para que o paciente não fique sem medicamento circulando no organismo em nenhum momento. Ou seja, a cada 9 horas, o medicamento é reduzido à metade até ser totalmente eliminado pelo organismo. O álcool não reduz o efeito da droga, mas PODE reduzir o tempo que a substância ativa permanece na corrente sanguínea em níveis adequados. Ou seja, NÃO É RECOMENDÁVEL o uso de bebidas alcoólicas quando em tratamento com antibióticos.

Como o álcool tem efeito diurético, por inibir um hormônio chamado antidiurético, o corpo elimina o medicamento pela urina, impedindo que permaneça no sangue um nível de concentração elevado o suficiente para eliminar as bactérias causadoras da doença. Sem mencionar, que o medicamento pode reduzir a eliminação do álcool circulante no organismo, aumentando sua toxicidade direta ao cérebro, fígado e trato digestivo. Podendo ocasionar vômitos, além de prejudicar a absorção das próximas administrações do medicamento.

Existem diversos medicamentos que NÃO PODEM ser associado ao consumo de álcool, pois o álcool age no sistema nervoso central, e por isso, PODE potencializar os efeitos do medicamento, desde os desejáveis quanto os efeitos colaterais. Por isso, que o álcool não deve ser consumido por pessoas que usam anticonvulsivantes, ansiolíticos, sedativos, antidepressivos e analgésicos.

Além desses problemas que pode ser causado pelo uso associado do álcool com antibióticos, há o risco de sobrecarregar o organismo com a dupla tarefa de metabolizar remédios e bebidas. Pois existem alguns princípios ativos dos medicamentos que são metabolizados por enzimas produzidas pelo fígado, que também tem a função de processar o álcool. E, claro, deve ser evitado por pessoas que tenham problemas hepáticos, pois a toxicidade pode ser ainda mais grave. Existem relatos na literatura de casos fatais quando esses fatores se sobrepõem ou a pessoa tem uma sensibilidade maior às drogas.

Antes de fazer uso de qualquer medicamento, leia a bula com atenção, pois existem fármacos que competem com alimentos, bebidas tanto alcoólica quanto não alcoólicas e/ou outros medicamentos.  Com essa interação, PODE haver potencialização ou anulação do principio ativo (fármaco) do medicamento.

Veja as possíveis consequências da associação de álcool x medicamento:
Bebida alcoólica e antibiótico faz mal? Veja o que estudos científicos dizem
Existem diversos medicamentos que NÃO PODEM ser associado ao consumo de álcool, pois o álcool age no sistema nervoso central, e por isso, PODE potencializar os efeitos do medicamento, desde os desejáveis quanto os efeitos colaterais. Foto: folha
Artigo: Ron & Crab  Fontes: uol e super Este texto é de autoria do Biólogo Paulo Alex