Homem com Acromegalia pode ter sido a inspiração para o personagem Shrek

Com evolução da medicina e desenvolvimento de novas técnicas, a partir do século XX muitas doenças foram desvendadas. Mas, como muitos já sabem, antes dessa desmistificação, algumas doenças como Síndrome de Lobisomem, Fetus in fetu, Doença de Milroy e outras eram vistas como aberrações e seus portadores eram totalmente discriminados. Para sobreviver, restava a essas pessoas fazer parte de Circo de Horrores (muito difundido na época entre as classes baixa), no qual tinham moradia e prato de comida e dinheiro – muito pouco, para que o portador da doença não tivesse opção, senão viver fazer parte do circo. Saiba mais sobre esse assunto AQUI.

De uma forma não escancarada, o famoso personagem Shrek do filme infantil, possui todos os traços de quem sofre de acromegalia. Acredita-se que o busto do “Anjo Francês”, campeão de luta livre do início do século XX,  tenha sido a inspiração para o personagem Shrek. A Dreamworks Animation nega ter se inspirado na imagem do lutador para a criação do famoso desenho animado.

A história de Maurice:

Maurice Tillet nasceu na Rússia em 1903. Era muito culto e chegou aprender e falar fluentemente 14 idiomas diferentes ao longo da vida. Aos 17 anos, ele começou a manifestar sintomas de acromegalia. Por causa da doença, o corpo de Maurice passou por tantas modificações que algumas pessoas o considerava como um verdadeiro monstro.

Ele aceitou sua aparência e passou a atuar, o que marcou sua vida e o tornou famoso. Mais tarde, percebeu que sua forma grande também lhe tornava forte, logo começou a participar de campeonatos de luta livre e se viu um lutador talentoso. Não deu outra! Ficou conhecido no mundo dos ringues como “Anjo Francês”.

Mais tarde, Maurice deixou a carreira de lutador e passou o resto da vida isolado devido ao avanço da doença que lhe impossibilitava de ter uma vida normal. Vendo seu estado, um amigo o sugeriu que fizesse uma máscara mortuária, o que era comum na época. era uma máscara feita de cera ou gesso que era colocada sobre o rosto de uma pessoa recém-falecida. A máscara foi feita em 1950 e se encontra hoje no Museu Internacional de Ciência Cirúrgica, em Chicago. Maurice faleceu em 1954, aos 51 anos de idade, de complicações cardíacas ocasionadas pela acromegalia.

 

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Acredita-se que o busto do “Anjo Francês”, campeão de luta livre do início do século XX, tenha sido a inspiração para o personagem Shrek. A Dreamworks Animation nega ter se inspirado na imagem do lutador para a criação do famoso desenho animado. Foto: Reprodução/histeria
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Maurice deixou a carreira de lutador e passou o resto da vida isolado devido ao avanço da doença que lhe impossibilitava de ter uma vida normal. Foto: Reprodução/uol
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Aos 17 anos, Maurice Tillet começou a manifestar sintomas de acromegalia. Foto: Reprodução/ojoalmanojo
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Maurice percebeu que sua forma grande também lhe tornava forte, logo começou a participar de campeonatos de luta livre e se viu um lutador talentoso. Não deu outra! Ficou conhecido no mundo dos ringues como ” O Anjo Francês”. Foto: Reprodução/ojoalmanojo

 

Conhecendo um pouco mais sobre a acromegalia:

Acromegalia ou mais conhecida como gigantes reais são pessoas que possuem uma disfunção na síntese do hormônio de crescimento (GH e IGf-1). Esses hormônios irão desencadear uma cascata de eventos, que vai desde a síntese tecidual, lipólise (quebra de gordura) até o aumento exacerbado de glicose e, por consequência, de insulina no sangue – hiperinsulinemia, Fazendo com que o portador da doença tenha diabetes mellitus tipo 2. Pode ocorrer na infância, na adolescência ou até mesmo nos adultos. Quando ocorre na infância ou adolescência, é chamado de gigantismo (crescimento longitudinal). Quando em adultos, o crescimento se dá nas partes moles e nos ossos, não no crescimento longitudinal (ficando mais alto) como no gigantismo, mas em largura.

A incidência dessa doença é de aproximadamente de 5 a 6 casos novos por ano, já a prevalência é de 40 a 50 casos por milhão. A incidência de mortalidade para quem sofre dessa doença é de 2 a 3 vezes maior em relação de quem não sofre, e as causas das mortes são problemas cardiovasculares, respiratórios e neoplasias.

Existem três alternativas para tratamento dessa doença. A primeira delas é o uso de medicamentos específicos, o segundo é o tratamento com métodos cirúrgicos, caso o primeiro não seja eficaz, e dependendo da resposta a intervenção cirúrgica, pode-se recorrer a terceira, que consiste no tratamento radioterápico, auxiliando os dois primeiros.

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A incidência dessa doença é de aproximadamente de 5 a 6 casos novos por ano, já a prevalência é de 40 a 50 casos por milhão. Foto: Reprodução/uol

Fontes: wikipediathevitro e diariodebiologia

Este texto é de autoria do Biólogo Paulo Alex