Pus: sinal que seu corpo está reagindo. Descubra por que os machucados infeccionados formam pus?

Pus: porque nosso corpo produz essa secreção durante a infecção

 “O que é o pus que se forma quando o machucado está infeccionado? Por que essa secreção surge quando nosso corpo tem uma infecção?” (Jefferson Ferreira)

Jefferson, o  nosso corpo possui aproximadamente 10 trilhões de células, são aproximadamente 130 tipos, que trabalham em conjunto, onde cada uma tem uma função específica no nosso corpo. Existem as células do cérebro (como os neurônios), dos ossos, músculos, do sangue e os gametas (células sexuais). Vamos falar um pouco do sangue; ele é composto de duas partes, o plasma e os elementos celulares. As células sanguíneas são produzidas na medula óssea e formadas a partir de células-tronco hematopoéticas, por meio de um processo conhecido como diferenciação, tornando-se células (ou glóbulos) vermelhas, células (ou glóbulos) brancas e plaquetas.

Então, as células do sangue são os eritrócitos (ou glóbulos vermelhos) que são mais abundantes, as plaquetas (ou trombócitos), leucócitos (ou glóbulos brancos), que compreendem os neutrófilos, eosinófilos e basófilos e são os responsáveis pela resposta imunitária e se dividem em monócitos, linfócitos e os granulócitos polimorfonucleares que compreendem os basófilos, neutrófilos e eosinófilos.

Quando a gente se machuca, com o ferimento, o nosso tecido fica exposto à entrada de bactérias. Assim que a área é danificada, ocorre a diapedese (que é a passagem dos leucócitos do sangue para os demais tecidos conjuntivos, atravessando os vasos capilares), neutrófilos e monócitos são atraídos até o local da inflamação, passando a englobar e fagocitar os agentes invasores (estreptococos e estafilococos, principalmente).

Os neutrófilos possuem grânulos carregados de enzimas que auxiliam na digestão das bactérias fagocitadas. A medula óssea começa a produzir mais e mais neutrófilos para combater a contaminação por bactérias, e é por isso que quando fazemos exames de sangue (hemograma), a contagem de neutrófilos se mostram aumentadas quando estamos com uma possível infecção em nosso organismo.

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As células do sangue são os eritrócitos (ou glóbulos vermelhos) que são mais abundantes, as plaquetas (ou trombócitos), leucócitos (ou glóbulos brancos). Foto: Reprodução/chsp

Antes de fechar o cerco que construiu em torno do microrganismo invasor, o citoplasma dos neutrófilos libera o conteúdo de seus grânulos e lisossomos à base de enzimas proteolíticas degradativas e de substâncias bactericidas, como o peróxido de hidrogênio. Muitos neutrófilos, quando não conseguem destruir as bactérias que fagocitaram, explodem e liberam enorme quantidade de enzimas degradativas nos tecidos locais, um fenômeno conhecido como citólise.

Tais substâncias liberadas pelos neutrófilos degradam, também, o colágeno da região afetada e outros componentes da matriz extracelular do tecido conjuntivo. Assim, as bactérias degradadas, os componentes do conjuntivo dissolvidos e os neutrófilos mortos se juntarão ao exsudato formado pela inflamação, ficando assim com uma coloração amarelada e uma consistência viscosa purulenta, que chamamos de pus.

Referências: Roitt IM, Delves PJ. Fundamentos de Imunologia. 10a ed. Rio de Janeiro