Texto de Raquel Costa – Bióloga
“Como os antiácidos funcionam no organismo melhorando a azia?” (Luciene Silveira)
Pelo menos uma vez na vida você já deve ter sentido seu estômago queimando, não? Principalmente depois daquelas várias fatias de pizza, comidas muito condimentadas, ou até mesmo quando foi para a cama depois de ter ingerido aquela comida pesada.
Bem, nosso estômago produz o suco gástrico, o qual contém o ácido clorídrico (HCl) para digerir a comida que ingerimos, além de conter também muitas enzimas, como a pepsina, que é responsável pela digestão das proteínas. O ácido clorídrico é mantido em pequenas proporções, mas às vezes o seu acúmulo ou o refluxo do conteúdo estomacal para o esôfago pode nos causar um incômodo conhecido como a azia, e para acabar logo com essa queimação, temos o costume de tomarmos logo os famosos antiácidos, como o leite de magnésia, hidróxido de alumínio e os famosos efervescentes.
E como será então que eles funcionam no nosso organismo?
Tudo pode ser explicado pela Reação de Neutralização, que é toda reação que ocorre na mistura entre um ácido e uma base, dando origem a sal e água. Então quando você ingere o leite de magnésia (Mg(OH)2) por exemplo, estará neutralizando a ação do ácido clorídrico no seu estômago. Um antiácido bastante utilizado também é o bicarbonato de sódio (NaHCO3), porém ele não é uma base e sim um sal. Então como funciona? O bicarbonato de sódio misturado com a água torna a solução ácida formando ácido carbônico e forma também uma base, o hidróxido de sódio, assim o ácido clorídrico também pode ser neutralizado dessa forma, porém atenção pois o bicarbonato de sódio não é indicado para pessoas hipertensas!
Outra curiosidade sobre os ácidos no nosso organismo é a ação dos ácidos carboxílicos, que são responsáveis por exalar odores desagradáveis em nossas axilas depois de um exercício físico por exemplo. Os desodorantes então, além de conter fragrâncias para deixar um “cheirinho bom”, também possuem compostos a base de bicarbonato de sódio, que neutralizam o odor nas axilas.
Fonte: Univesp
