É possível clonar dinossauros como no filme Jurassic Park?

“Sou apaixonado por dinossauros… E vendo o filme Jurassic Park me veio a pergunta: É mesmo possível extrair DNA de insetos fossilizados?” Gustavo Dutra

Pois é Gustavo, no filme Jurassic Park os cientistas extraem DNA de dinossauros a partir de insetos que sugaram seu sangue há 130 milhões de anos e foram presos em âmbar ficando fossilizados. Bem, insetos em âmbar são uma realidade. Não apenas insetos, mas vegetais, aranhas, anelídeos, crustáceos e outros organismos minúsculos que foram envoltos pela resina a milhares de anos e hoje, são coletados por especialistas. Muitas pessoas acreditam que é possível clonar dinossauros. Mas cientistas garantem que ressuscitar dinossauros a partir de um fóssil em âmbar é uma coisa da ficção.

No ano anterior ao lançamento do filme, cientistas da Califórnia afirmaram ter extraído fragmentos de DNA de uma espécie de abelha já extinta, mas apesar das  inúmeras tentativas, viu-se que era mesmo impossível replicar. Pesquisadores australianos descobriram que o DNA encontrado em material fossilizado não sobrevive a mais de 6,8 milhões de anos e os dinossauros foram extintos há 65 milhões anos. Além disso, condições ambientais como temperatura, ataques microbianos e oxigenação também afetam o processo de decadência do DNA.

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No filme Jurassic Park os cientistas extraem DNA de dinossauros a partir de insetos que sugaram seu sangue há 130 milhões de anos e foram presos em âmbar ficando fossilizados.

Mas supondo que fosse possível… No “método Jurrasic Park”, os cientistas precisariam de um espécime muito específico: um mosquito fêmea que tivesse consumido muito sangue de dinossauro imediatamente antes de ser apanhado pela resina de uma árvore. Além disso, como já dito, a maior parte dos fósseis de insetos encontrados em âmbar são “novos” demais para conter sangue de dinossauros. A amostra também precisaria ser muito seca, já que o DNA se rompe facilmente na presença de água. Recuperar o DNA ainda seria muito difícil, pois o sangue do dinossauro estaria cercado pelo corpo do inseto que tem seu próprio DNA, claro! Também poderia existir DNA de outras células aprisionadas no âmbar e capazes de contaminar a amostra.

No filme, para “emendar” os fragmentos de DNA de dinossauro encontrados nos fósseis, os cientistas usaram DNA de rãs. Bem, isso seria como tentar montar um quebra-cabeças de bilhões de peças usando peças de dois jogos diferentes. Além disso, as rãs provavelmente não seriam as melhores candidatas a fornecer ADN substituto. Hoje, uma das teorias dominantes sobre o destino dos dinossauros é que eles tenham evoluído em forma de aves, não de rãs.

 E por fim, as técnicas de clonagem usadas hoje em animais é a “transferência nuclear”. Os cientistas inserem o núcleo de uma célula em uma segunda célula da mesma espécie, depois de destruir o núcleo da célula receptora. Não existem células de dinossauros ou ovos de dinossauros que pudessem hospedar o novo conjunto de DNA. Ou seja, o “método Jurrasic Park” é uma furada!

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No ano anterior ao lançamento do filme, cientistas da Califórnia afirmaram ter extraído fragmentos de DNA de uma espécie de abelha já extinta, mas apesar das inúmeras tentativas, viu-se que era mesmo impossível replicar.
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Um inseto fossilizado em âmbar!

Fonte: How Stuffs Works e Daily Mail