Os peixes sentem dor quando são fisgados pelo anzol?

“Minha dúvida é sobre os peixes, quando eles são pescados de anzol, ele não sentem dor?” Rômulo E.

 Olha só Rômulo, existem ainda muitas controvérsias sobre este assunto. Apesar de sabermos que a dor é necessária para a sobrevivência dos animais, não podemos afirmar que os peixes sintam dor como nós sentimos, até porque para sentir dor como nós (e com todos os outros mamíferos), é preciso ter áreas especializadas no cérebro para tal e não é difícil imaginarmos que os peixes não possuem o cérebro tão desenvolvido e especializado como o nosso. Mesmo assim, os peixes sentem dor quando são molestados, seja com um anzol ou qualquer outro objeto.

Os neurobiologistas já reconheceram, faz tempo, que os peixes possuem sistema nervoso que sentem e respondem à dor. Alguns artigos garantem que a região onde o anzol geralmente se prende (a boca) é uma região diferente do resto do corpo, onde eles têm poucas terminações nervosas, composta por cartilagens, ossos e ligamentos.

Nesta região quase não tem musculatura e a sensação causada pela fisgada não chega ser uma dor e sim uma pressão mecânica. No entanto, recentemente foram feitos testes em trutas utilizando veneno de abelha e injeções de ácido acético na boca e os resultados foram impressionantes. As trutas afetadas exibiram um comportamento anormal, esfregavam a boca no cascalho e sacudia o corpo. O comportamento só parava quando os cientistas utilizavam pequenas doses de morfina para aliviar a dor.

Neste estudo, os cientistas descobriram 58 receptores de dor na região da boca dos peixes. Mas a verdade é que outros pesquisadores argumentaram que os peixes não têm a complexidade do cérebro a ponto de sentir dor e que esta era uma resposta fisiológica natural a uma situação ameaçadora. Enfim, não podemos negar que ser fisgado deve ser uma sensação sofrida, claro. No entanto, as respostas de um peixe que está sendo fisgado não são diferentes das respostas de quando está sendo perseguido por um predador enquanto nada. Tirem suas conclusões!

 FONTE: The New York Times