A ciência explica que sentir nojo das coisas é bom para nós

“É engraçado como sentimos nojo das coisas mais estranhas. Eu, por exemplo, tenho nojo quando o arroz o feijão se misturam… Existe alguma explicação para termos nojo das coisas?” Luiz H. D’Avila

 Luiz, pode parecer conversa fiada, mas a verdade é que existe sim uma explicação para sentirmos nojo de certas coisas. E o fato de alguém sentir nojo de alguma coisa que ninguém sente, é mais uma prova de que cada um tem um próprio comando em seu corpo, não é mesmo?

Assim como nosso cérebro possui regiões que cuidam de cada um dos gostos que sentimos, ele também tem uma região em que a especialidade é registrar gostos desagradáveis, que provocam nojo. A culpa disso tudo é da ínsula, um pedacinho do cérebro que é afundado, como se fosse uma ilha cerebral, abaixo da superfície. Uma parte da ínsula é especializada em avisar para o resto do cérebro quando o estômago não vai gostar de comer alguma coisa.

A visão de algo repulsivo no seu prato, manchas de mofo no pão, cheiro forte de carne estragada, gosto amargo… Tudo isso é detectado pela ínsula que garante logo que da boca aquilo não passa! Ao mesmo tempo, o cérebro se ocupada de lembrar-se de experiências nojentas anteriores e deixa bem claro: fique longe dessa coisa!

A cara de nojo é universal: nariz franzido, língua para fora. Embora cada povo tenha sua lista de comidas preferidas ou desagradáveis, pessoas em todas as culturas torcem no nariz da mesma maneira, com a mesma careta. E se alguém faz uma cara de nojo perto de você, seu cérebro já toma aquilo como um alerta e certamente sua ínsula vai cuidar para que você pense duas vezes antes de experimentar a iguaria. Sentir nojo é muito importante e funciona como um alarme disparado pelo cérebro para que fiquemos bem longe do que pode nos fazer mal. Já pensou se não sentíssemos nojo da carne estragada? Não seria nada bom ingeri-la, não é mesmo?

O mais interessante é que essa parte do cérebro, a ínsula, também é responsável por todo tipo de desgosto, inclusive a repulsa que sentimos ao assistir a uma situação de desigualdade, diante da violência, racismo, etc.

FONTE: Livro “Porque o bocejo é contagioso?” – Suzana Herculano