Quem nunca ouviu falar, vai descobrir agora uma amizade muito “comovente” do mundo dos insetos. Os biólogos chamam essa amizade de mutualismo, mas, seja qual for o nome não deixa de impressionar.
Você já deve ter ouvido falar dos pulgões – também conhecidos como afídeos. Eles são insetos da ordem dos Hemipteros (parente das cigarras, cigarrinhas e percevejos) que se alimentam da seiva das plantas, causando um grande estrago. A substância retirada das plantas é rica em açúcar e durante a alimentação, os pulgões acabam eliminando pelo ânus um material adocicado, resultado do excesso de açúcar. Não é segredo para ninguém que as formigas adoram coisas doces e é aí que surge a amizade.
As formigas pastoras tem um comportamento bastante intrigante com os pulgões. Interessada naquele açúcar dispensados pelos pulgões, essas formigas os tratam como “seu gado” e por causa disso, os pulgões são até chamados de “vaca-das-formigas”. A relação é interesseira: Da parte da formiga, para obter o melado produzido, elas acariciam os pulgões com suas antenas. Da parte dos pulgões, são interessados na proteção que as formigas oferecem, principalmente contra as joaninhas, suas maiores inimigas. É uma troca de favores.
A “afeição” é tanta que em locais com inverno rigoroso, algumas destas espécies de formigas pastoras reúnem e armazenam ovos de afídeos nos seus formigueiros. Na primavera, levam os afídeos recém eclodidos para as plantas que cedem a seiva. em alguns casos, ao saírem para fundar uma nova colônia, as formigas rainhas, levam consigo ovos de pulgão para aí criar um novo enxame. Outra curiosidade é que quando os pulgões enfraquecem muito a planta que é fonte de alimento, as formigas se juntam numa missão: carregar os seus pulgões para uma planta mais forte.
Como há benefício para ambas, trata-se de uma relação de mutualismo entre formigas e pulgões: os pulgões são protegidos dos inimigos naturais e as formigas alimentam-se da melada produzida pelos pulgões.