Entenda o que acontece durante um Transplante de Coração

“Karlla, sou fã do Diário de Biologia há mais de um ano. Leio todos os artigos. Nunca vi você falando sobre transplante de coração. Pode explicar um pouco sobre isso? Ana Paula – Belo Horizonte/ MG”

Olá Ana,o transplante do coração já acontece a muito mais tempo do imaginamos e se tornou uma cirurgia indispensável em algumas doenças. Apesar de parecer estranho receber um coração de outra pessoa, o procedimento é um sucesso. Cerca de 90% dos receptores de transplante de coração conseguem viver normalmente, fazendo atividades físicas e retornando ao trabalho. Encontrei uma material muito bom na Revista Mundo Estranho, sobre este passo a  asso  e achei que seria ideal para esclarecer sua dúvida. Confira:

1. Quando um doador tem a MORTE CEREBRAL constatada, os médicos verificam se seu coração é saudável e pode ser doado. Após ser retirado, o órgão é mergulhado numa solução salina gelada, é recoberto por sacos plásticos e colocado em um isopor com gelo. Enquanto tudo isso ocorre, a Central de Transplante é avisada de que há um doador.

2. A CENTRAL DE TRANSPLANTE, em geral vinculada às secretarias estaduais de saúde, controla as listas de todos os transplantes. No topo da lista fica quem precisa de um novo órgão com mais urgência. Se o “número 1” não é compatível com o doador em questão – pesa bem menos ou tem sangue diferente, por exemplo – é chamado o número 2, e assim por diante.

3. Se o PACIENTE que receberá o coração está em casa, ele é localizado pelo telefone. Se já está no hospital onde será feita a cirurgia, começa a ser preparado para a operação. É uma corrida contra o relógio: o tempo ideal entre a retirada do órgão doado e a chegada do coração no hospital do transplantado não pode passar de quatro horas.

4. O TRANSPLANTE começa com a abertura do peito do paciente. Em seguida, o sangue dele é desviado do coração doente por meio de duas cânulas (pequenos tubos) colocadas nas veias cavas – as duas grandes veias por onde o sangue entra no coração. Essas cânulas passam a conduzir o sangue para uma máquina ao lado da mesa de operação.

O sangue dele é desviado do coração doente por meio de duas cânulas (pequenos tubos) colocadas nas veias cavas – as duas grandes veias por onde o sangue entra no coração.

5. Essa máquina de CIRCULAÇÃO EXTRACOPÓREA funciona como coração e pulmões artificiais: ela retira o dióxido de carbono do sangue e o oxigena. A seguir, uma bomba devolve o líquido para o paciente por meio de outra cânula, que é ligada à aorta – grande artéria por onde o sangue sai do coração para percorrer o corpo todo.

A máquina de CIRCULAÇÃO EXTRACOPÓREA funciona como coração e pulmões artificiais: ela retira o dióxido de carbono do sangue e o oxigena. Foto: Reprodução/tumbrl

6. O passo seguinte é colocar o NOVO CORAÇÃO. Os médicos costuram os principais segmentos do órgão doado às partes correspondentes do velho coração que permaneceram no peito do paciente. Quanto tudo já está conectado, a circulação sanguínea do órgão é restabelecida.

7. Após cerca de quatro horas de cirurgia, o transplante acaba e o médico especialista se retira. Cabe à sua equipe fechar o peito do paciente e finalizar os procedimentos cirúrgicos. Em geral, após 15 dias de recuperação no hospital, o TRANSPLANTADO volta para casa com um coração novo no peito.

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Coração batendo na máquina de circulação extracorpórea.

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