Quando vejo alguém bocejando, quero bocejar também. Afinal, por que o bocejo é contagioso?

“Olá, meu nome é Verônica e sou apaixonada por biologia. Gostaria de saber por que ao ver outra pessoa bocejar, também bocejamos?” Verônica Aparecida Ladeira

Isso é verdade mesmo Verônica. O simples fato de ouvir a palavra bocejo, ou ler uma matéria sobre o assunto, logo vem aquela vontade involuntária de bocejar. O bocejo é contagioso. E o culpado é o cérebro. Temos uma tendência natural de imitar automaticamente tudo que vemos os outros fazerem. No nosso cérebro temos uma região chamada de cortéx pré-motor, onde ficam os neurônios-espelho, que têm esse nome justamente porque refletem as ações que vemos.

Pode parecer estranho, mas a gente só não vive imitando todos os gestos dos outros graças à ação de outra região do cérebro chamada de córtex pré-frontal. Graças a ele, conseguimos evitar que a imitação feita pelos neurônios-espelho seja executada de verdade e vire um gesto. Isso seria ridículo.

Mas se todas as outras imitações podem ser bloqueadas, por que o bocejo é irresistível? Porque quando você vê um bocejo, ou simplesmente ouve ou lê a palavra bocejo, além dos neurônios-espelho, seu cérebro aciona também a amígdala e o hipotálamo. Aí sim, fica involuntário e nem a ação do córtex pré-frontal consegue evitar o bocejo. Isso porque a amígdala e o hipotálamo escapam ao controle do córtex pré-frontal e não podem ser bloqueados. Por isso, quando seus neurônios-espelho decidem imitar o bocejo alheio e o programa do bocejo chega ao hipotálamo e à amígdala antes de o córtex pré-frontal possa fazer alguma coisa.

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FONTE: Fantástico online, livro ” Curiosidades da Neurociência no Cotidiano” – Suzane Herculano